sábado, 10 de julho de 2010

Por que aceitei ser Candidato a Deputado Federal?

Em 2009, dados do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – revelaram que o Pará responde por 4,1% de todo o montante de analfabetos do País – 14,1 milhões no total.

Belém, com 46,1 mil analfabetos, é a 12ª capital brasileira com o maior número de analfabetos. Santarém aparece na segunda posição do Estado com 19,1 mil, seguida de Marabá, Breves e Ananindeua, com 17,8 mil, 15,3 mil e 14,4 mil, respectivamente. Mas é nas Regiões do Marajó e do Nordeste do Pará que o analfabetismo encontra seu maior foco. Em pelo menos sete municípios dessas áreas, a taxa de analfabetismo beira a metade da população.

Infelizmente, os poucos jovens que conseguem ter acesso a Escola acabam se deparando com uma Educação de péssima qualidade. É o que revela o desempenho do Estado na avaliação do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) em 2009, onde a nota do Pará, que levou em conta a avaliação das escolas urbanas públicas e privadas, foi 3,6, em uma escala que vai de 0 a 10.

Há também aqueles jovens que, embora lutem contra a má qualidade do Ensino em nosso Estado, acabam tendo que abandonar a Escola para trabalhar e ajudar na renda familiar. Segundo o IBGE, mesmo antes de completar 18 anos, muitos jovens já dividem estudo e trabalho. Mas o abandono do estudo começa a ficar mais evidente assim que a idade aumenta. Entre 18 e 19 anos, apenas 25,8% dos jovens têm como atividade exclusiva o estudo; no grupo de 20 a 24 anos, apenas 10,1%. Do outro lado, o número de jovens que apenas trabalham e não estudam é de 32,3% entre 18 e 19 anos e de 50,4% entre 20 e 24 anos.

A Constituição Federal de 1988, em seu art. 205, diz que, em tese, a educação deveria ser direito de todos e dever do Estado e da família, devendo ser promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

Por outro lado, o Estado brasileiro, nos últimos 8 anos, tem remado na contramão do que dispõe a nossa Constituição e aplicado sucessivos cortes de verbas no setor educacional. Para se ter uma idéia da dimensão do problema, em 2010, o Governo Lula cortou do Orçamento do Ministério da Educação o valor de R$ 1,28 bilhão, enquanto que, somente em abril deste ano, o país registrou superávit primário de R$ 16, 576 bilhões, o maior saldo mensal desde abril de 2008.

Para aqueles que conhecem a minha história, e por tudo que foi dito até aqui, não é difícil entender o porquê de Eu ter aceitado ser Candidato a Deputado Federal. Durante meus anos de Universidade Federal do Pará, dediquei-me, sem vacilar, em defender a Educação Pública e de Qualidade Social. Por meio do DCE – Diretório Central dos Estudantes – instrumentalizamos inúmeras lutas pela ampliação do acesso e pela a garantia de permanência do estudante na Universidade.

Estivemos em vários momentos ao lado das Entidades representativas dos Docentes e Servidores Técnico-Administrativos da Universidade em defesa de melhores condições de trabalho e de salários, haja vista entendermos que a melhoria da qualidade da educação em nosso país, indubitavelmente, passa pela valorização destes Profissionais.

Por concebermos a Universidade como parte indissociável da Sociedade, por diversas vezes, transpomos os muros dela e estivemos ao lado da população de nossa cidade encampando lutas em defesa da manutenção e também de conquista de novos direitos. Foi assim quando ocupamos as ruas de Belém contra os sucessivos reajustes da tarifa de ônibus, quando denunciamos a falta de segurança nos Bairros do Guamá e da Terra Firme, quando fomos contra a Privatização do Hospital Metropolitano de Ananindeua, quando participamos do Movimento em Defesa da Meia Passagem Intermunicipal, quando nos solidarizamos com o Movimento em Defesa da Nomeação dos Concursados do Estado do Pará, etc.

Ao aceitar ser Candidato a Deputado Federal, tarefa que, diga-se, não é fácil, assumi o compromisso de, agora, por meio de nosso Mandato, caso eleito, dar continuidade a luta em Defesa da Educação, do Trabalho e de melhores condições de Vida e de Oportunidades para o povo do Pará.

Conto com você para que, juntos, possamos pactuar este compromisso.


Um Forte Abraço

2 comentários:

claudio disse...

Olá Fabrício. Parabéns pela tua iniciativa e te desejo boa sorte nessa luta. Quanto a tua enquete para presidente esqueceste do candidato do PCB Ivan Pinheiro (meu preferido). Abraços

Fabricio Gomes disse...

Obrigado pelo apoio a iniciativa. Quanto a enquete, é verdade o que você diz, mas é que quando a fiz ainda só se sabia destas candidaturas, mas prometo atualizar.

Abraços

Cotidiano - Dois aumentos na semana