sábado, 17 de julho de 2010

Nota de Solidariedade – Por Anderson Castro*

Inúmeros são os problemas enfrentados nas Universidades públicas em todo o país, a educação superior vai de mal a pior, seja pela falta de investimentos, que tem como conseqüência o sucateamento destas instituições, ou seja, pelo advento das políticas neoliberais que visam retirar direitos e privilegia a educação privada.

Na UFPA não é diferente, pois o acervo bibliográfico que temos é muito defasado, não temos uma moradia estudantil na maioria dos campi, passamos horas na fila para nos alimentar no R.U, entre outros. E quem ousa remar contra essa maré é duramente reprimido pelo “Estado Democrático de Direito” que defende os interesses das forças conservadoras que, por sua vez, temem perder suas regalias e “dividir o pão” com quem mais necessita. Por isso, criminalizam nossos destemidos lutadores.

O ex-coordenador Geral do DCE UFPA, Fabrício Gomes está sendo processado por ousar e se contrapor ao comodismo. Seu crime foi lutar por direitos, lutar em defesa da Universidade pública, gratuita e de qualidade, do mesmo modo que fez em 2005, quando foi barrada a cobrança de taxas na UFPA e como sempre se dispôs a fazer durante os anos que esteve à frente do DCE. Fabrício está sendo penalizado por liderar centenas de estudantes durante o processo de ocupação da reitoria em 2007, ocupação que trouxe melhorias inquestionáveis, como a construção do Restaurante Universitário (R.U) do campus profissional, a reforma da ponte, próxima ao Ginásio de Esportes, que liga os campi básico e profissional, dentre outros ganhos.

No Brasil da corrupção, escândalos como o dos kits escolares que foram feitos sem licitação e com o custo de R$ 47,8 milhões de reais e o da construção de escolas de forma irregular, latentes no governo Ana Júlia, tendem a cair no esquecimento, caso não sejam acompanhados de uma grande pressão popular. Enquanto isso, a população padece sem ter um atendimento digno nos serviços públicos de saúde, a violência tende cada vez mais a aumentar e a nossa juventude da periferia, em sua maioria, quando não tem perspectiva, entrega-se a marginalidade. Os professores da rede estadual que, recentemente, aproveitando a inauguração do Elevado (Complexo Viário da Júlio César), foram protestar reivindicando um Plano de Cargos, Carreiras e Salários, receberam como resposta da governadora a repressão da policia de choque. Um grande absurdo!

Outro grande absurdo é ver um pai de família sendo preso quando o seu crime foi o de usurpar de um supermercado um mísero pacotinho de leite; o motivo? Para conter o choro do seu filho que há meses está passando fome, justamente porque o estado não se preocupa em gerar uma política eficaz de emprego e renda para a população. Enquanto isso, os verdadeiros criminosos da máfia do sanguessuga, do mensalão do DEM e de tantos outros crimes que lesam a pátria e os cofres públicos estão a solta rindo a toa.

Por isso escrevo esta nota de solidariedade, não só ao companheiro de tantas lutas Fabrício Gomes, mas a todos os lutadores e lutadoras que estão sendo criminalizados por defender uma sociedade mais justa.

*Anderson Castro é Ex-Coordenador Geral do DCE / UFPA e Assessor Político do Deputado Estadual Edmilson Rodrigues

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