segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Por um mundo melhor, possível e necessário: socialista!

“Estou convencido de que apenas pelo caminho da revolução poderemos sair do atoleiro histórico em que estamos há séculos...” (Hugo Chávez)

“A história de todas as sociedades que têm existido até nossos dias é a história das lutas de classes... A sociedade burguesa moderna, que brotou das ruínas da sociedade feudal, não aboliu os antagonismos de classes. Não fez senão substituir velhas condições de opressão e velhas formas de lutar por outras novas.” (Karl Marx e Friedrich Engels. Manifesto Comunista. Publicado em 1948)

O capitalismo, no decurso dos anos, manteve e agravou a luta entre as classes, tornando o conflito ainda mais direto; modificou a forma de exploração, mas a exploração continua. Por isso, a nossa época, que é a época da burguesia e do capitalismo, caracteriza-se por ter simplificado os antagonismos de classes, a sociedade encontra-se dividida basicamente em dois vastos campos opostos, em duas grandes classes diametralmente opostas: a burguesia e o proletariado.

No decorrer da história, cada um, há seu tempo e com as armas que lhe eram disponíveis, esboçou heroicamente ações de resistência aos ataques do grande capital. Eram pessoas que, na maioria das vezes, não faziam parte de nenhuma organização revolucionária, mas que, indubitavelmente, possuíam uma consciência revolucionária. Eram homens e mulheres que não conseguiam ver com naturalidade as injustiças cometidas pelas classes dominantes.

É bem verdade que muitos tiveram suas vidas ceifadas no decurso desta árdua luta, mas que renasceram em cada um de nós. “Eles, os poderosos, podem arrancar uma, duas, até três rosas, mas jamais poderão deter a primavera.” (Che Guevara). E estamos aqui, militantes da causa revolucionária e aguerridos soldados do exército vermelho, ainda resistindo e lutando na perspectiva da superação do sistema capitalista e da tomada do poder pela via revolucionária.

Após a queda do muro de Berlim, deu-se início a uma campanha impulsionada pela mídia burguesa de que o socialismo havia morrido – havíamos chegado ao fim da história - e de que o capitalismo, finalmente, havia vencido e se consolidado como único sistema possível e viável para as diversas nações do mundo. Esta tese levou uma parcela majoritária da esquerda socialista a aderir o discurso de que a única tarefa possível para esse momento seria a luta por reformas, visando à construção de um capitalismo “mais humano”. Todavia, embora alguns tenham enveredado por esse caminho e abandonado a defesa e a busca de uma sociedade verdadeiramente socialista, nós temos nos mantido firmes na defesa de uma outra saída, que continua sendo lutar pelo único sistema capaz de romper com toda está lógica nefasta e neoliberal: o socialismo!

Em 1915, início da primeira Guerra Mundial, na prisão, Rosa Luxemburgo, invocando uma frase de Engels no Anti-Dühring, sustentou que a história mundial se achava em face de um dilema: ou o socialismo vencia ou o imperialismo arrastaria a humanidade (como na Roma antiga) à decadência, à destruição, à barbárie. Embora a concepção marxista (dialética) da história não nos assegure nenhum resultado preestabelecido, hoje, após aproximadamente 90 anos de proferidas as suas palavras, reconhecemos e reafirmamos que o capitalismo conduzirá a espécie humana à destruição. Que fazer?

Lênin, desde de 1902, no livro Que fazer?, empenhou-se apaixonadamente, no plano da teoria política, em abrir espaços para a iniciativa do sujeito revolucionário (e especialmente para a iniciativa da vanguarda do proletariado). Os seus estudos – principalmente os da obra de Hegel e as reflexões sobre o método dialético – foram de grande valia para sua análise do imperialismo e na elaboração estratégica que o levou a liderar a tomada do poder na Rússia, em 1917, pelos bolchevistas. O novo poder soviético despertou entusiasmo em círculos revolucionários e progressistas do mundo inteiro: era uma demonstração prática das possibilidades concretas que estavam ao alcance do sujeito humano disposto a transformar o mundo.

Eis a saída para humanidade: a revolução socialista! A Rússia de 1917 foi protagonizadora de um acontecimento histórico que serviu de exemplo para o resto do mundo, subjugado pelo sistema capitalista. E passados 88 anos, aqui estamos nós, alimentados por um sonho, lutando por um mundo melhor, possível e necessário. Em todas as partes do mundo, milhares de pessoas questionam nas ruas, a exemplo da última greve geral na França e das manifestações promovidas principalmente por imigrantes, a política de ataque aos direitos dos trabalhadores e da juventude. Na esteira de Seattle, vieram Nantes, Washington, Buenos Aires, Quito, Gênova, Florença e muitas outras cidades que viram milhares de jovens e trabalhadores num grito uníssono contra a globalização capitalista. Aqui no Brasil, este ano, na cidade de Porto Alegre, ativistas anticapitalistas do mundo inteiro se reuniram no IV Fórum Social Mundial para discutir alternativas ao capital e à globalização, e organizar e coordenar as lutas em escala mundial.

Na América Latina, temos assistido uma onda insurreições e revoluções. No Equador, Lúcio Gutiérrez foi o terceiro presidente a ser derrubado desde 1997; na Bolívia, em 2003, após uma semana de protestos que deixaram quase cem pessoas mortas, Lozada foi forçado a renunciar e, posteriormente, Mesa também; na Venezuela, Hugo Chávez segue se enfrentando com o imperialismo e reafirmando a soberania do povo venezuelano frente às investidas do imperialismo norte-americano.

No Brasil, embora a esperança da classe trabalhadora e da juventude tenha sido traída por Lula e o PT, o povo não se rendeu e nem deixou de acreditar, mas segue lutando e se enfrentando contra as investidas neoliberais, em busca de alternativas. No setor sindical, frente à capitulação da CUT – Central Única dos Trabalhadores – ao Governo, surge uma nova alternativa classista, cujo objetivo é dar continuidade à luta organizada dos trabalhadores: a CONLUTAS – Coordenação Nacional de Lutas. No movimento estudantil, embora o processo de ruptura com a UNE não esteja dado por uma parcela significativa do movimento, milhares de estudantes já adquiriram a consciência de que é preciso encaminhar a luta por fora da UNE, em razão de seu atrelamento político - por parte de sua direção majoritária (UJS – PCdoB) -, ao Governo do PT. Em 2003, com a aprovação da Reforma da Previdência e a expulsão dos parlamentares chamados “Radicais”, - Senadora Heloisa Helena (AL) e Deputados Federais João Fontes (SE), Luciana Genro (RS) e Babá (PA) – por terem se mantido intransigentes na defesa dos direitos dos trabalhadores, abre-se um novo ciclo para a esquerda socialista e democrática brasileira e com ele a necessidade do reagrupamento de todos os lutadores, de diferentes organizações e tradições políticas, em um partido capaz de nos levar a tomada do poder mediante a ação revolucionária do proletariado. E após quase três anos de traição de Lula e do PT, o PSOL – Partido Socialismo e Liberdade – já é uma referência e uma alternativa concreta para o povo brasileiro.

Como vimos, a história está sendo feita, cabe a cada um de nós passarmos a fazê-la mais decisivamente. O processo de superação do capitalismo pelo socialismo depende do nosso potencial de luta, da organização da classe trabalhadora e do vigor de uma juventude rebelde e revolucionária. Proclamemos abertamente que nossos objetivos só poderão ser alcançados pela derrubada violenta de toda a ordem social existente. Que as classes dominantes tremam à idéia de uma revolução socialista! Pois não temos nada a perder, a não ser nossas algemas...temos um mundo a ganhar.


Fabrício Gomes – Estudante do Curso de Direito da Universidade Federal do Pará e Militante do Partido Socialismo e Liberdade - PSOL.

Bibliografia:

- O que é dialética: Coleção primeiros passos. Leandro Konder. Editora Brasiliense S.A.. São Paulo, 1981.
- Manifesto Comunista. Karl Marx e Friedrich Engels. Publicado em 1948.

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