quarta-feira, 20 de outubro de 2010

NEM DILMA, NEM SERRA. UNIFICAR A ESQUERDA SOCIALISTA NO BRASIL

TODO APOIO À HELOÍSA HELENA COMO LÍDER DE UM PROJETO REVOLUCIONÁRIO DOS TRABALHADORES.

            O 2º turno das eleições presidenciais no Brasil indica que vivemos um outro momento histórico da luta política, que exige dos socialistas e revolucionários a unidade e a construção de novos instrumentos organizativos e partidários. Dilma e Serra representam o mesmo projeto fortalecer os interesses do grande capital, mesmo que para isso devam ser oferecidas migalhas para o povo pobre e trabalhador. O maior ensinamento que Lula/PT deu ao PSDB é de que, para manter os interesses dos ricos e poderosos deve-se subordinar as instituições públicas aos grandes grupos econômicos que financiam as suas candidaturas (bancos, empreiteiras, mineradoras, usineiros, latifundiários, multinacionais), cooptar as organizações dos trabalhadores e oferecer medíocres programas sociais para o povo, mantendo-o subordinado e dominado ideologicamente.

Dilma e Serra não representam a possibilidade de mudanças, ao contrário, cumprirão a tarefa histórica de manutenção da concentração da renda e da riqueza e do latifúndio, dos ataques aos direitos e conquistas trabalhistas, da repressão aos movimentos sociais do campo e da cidade que não se calam, da cooptação de pseudo-representantes de organizações dos trabalhadores (CUT, MST, UNE), de reformas que prejudiquem os direitos dos aposentados e do funcionalismo público, de medidas anti-populares na educação que desvalorizam alunos e professores e mantém o analfabetismo, de programas na saúde pública que desqualificam os servidores e favorecem a iniciativa privada, de aplicação de uma política econômica que absorve quase a metade do PIB para pagamento de juros da dívida e favorece a concentração do capital, de privatização e sucateamento do patrimônio público, de total apoio às grandes empresas desenvolvimentistas e anti-ecológicas, de nenhum apoio para a realização de uma reforma agrária massiva sob o controle dos trabalhadores.

Ora, do ponto de vista da luta socialista, nem Dilma, nem Serra, merecem qualquer opção tática ou qualquer legitimidade, como tenta reconhecer, de forma absurda, a nota da Executiva Nacional do PSOL. Não compete a nossa instância partidária decidir se há candidatura menos pior, ou mais palatável para nossa militância. Além de absurda, a nota da Executiva do PSOL representa um verdadeiro atentado contra a democracia partidária, pois essa instância não tem qualquer legitimidade para decidir sobre um tema que não houve a participação da base. Os interesses pessoais e/ou regionais não podem decidir sobre os rumos do partido. Apoiar Serra representaria uma aposta na política neoconservadora, elitista, anti-popular. Apoiar Dilma seria o mesmo, pois o PT, além da tragédia do que foi o Governo Lula para a luta socialista, tem como grandes aliados o PMDB, Sarney, Collor, Renan Calheiros, mensaleiros, banqueiros e usurpadores dos cofres públicos. Por tudo isso nem Dilma, nem Serra merecem apoio do PSOL, pelo que, Conclamamos a militância ao voto nulo.

Vivemos um novo período da luta de classes no Brasil. O ciclo de construção do PT como alternativa de transformação social se encerrou. Qualquer que seja o vencedor do 2º turno, exigirá de nós do PSOL, dos lutadores sociais, das organizações socialistas e revolucionárias, dos autênticos partidos de esquerda, das entidades camponesas e operárias, da juventude em luta, de Movimentos de expressão nacional como a Central Sindical e Popular e o MTL a unidade política para a construção de instrumentos de enfrentamento ao Governo representante dos interesses do grande capital. O PSOL não estará sozinho e não será o único responsável pelos enfrentamentos que se avizinham. Muito menos poderá se calar. Menos ainda pode-se achar que só a nossa boa e necessária intervenção parlamentar poderá mudar os rumos da história. Somos chamados à unidade, à maturidade, à compreensão histórica, à tolerância, à honestidade política, para a construção de novas frentes amplas de intervenção que ocupem as ruas, as praças, os latifúndios, as fábricas e os bancos, visando a derrota do governo do grande capital, abrindo um novo ciclo da luta socialista no Brasil.

Reconhecer esse novo momento histórico, que está imposto aos trabalhadores e às organizações que não se renderam, é também estar ciente do necessário diálogo com todas as instâncias políticas, partidárias ou não, que se colocam a serviço da luta socialista. É reconhecer que o novo período será de longas e difíceis batalhas, pois poderemos estar sob a égide de uma declarada direita, ou de uma pseudo-esquerda. Entre nós a intolerância e o hegemonismo devem ceder lugar à unidade histórica, à solidariedade, à coragem revolucionária. Além da construção de importantes coletivos sociais, populares, sindicais, partidários e socialistas, devemos valorizar, nos mais diversos espaços, as nossas históricas lideranças públicas. Registramos aqui o nome de Heloísa Helena, presidente nacional do PSOL.  Heloísa sofreu o mais horroroso ataque de Lula e seus comparsas de Alagoas, pois sabiam que no Senado ela seria o grande diferencial na defesa do povo brasileiro. Continuamos acreditando no papel de Heloísa como dirigente do PSOL e como lutadora social. Ela, sem dúvida, será uma das principais porta-vozes da unidade do povo e das organizações socialistas do Brasil no período que se inicia. 

18, de outubro de 2010.

ASSINAM:

João Batista – Presidente do PSOL MG, Membro do Diretório Nacional, Dirigente Nacional do MTL
Marilda Ribeiro – Membro do Diretório Nacional do PSOL, Diretório Estadual, Dirigente Nacional do MTL
Paulo Fonseca – Dirigente do PSOL do Sudoeste de Minas
Dim Cabral – Membro da Executiva Estadual do PSOL-MG e Dirigente Nacional do MTL
Wester Teodoro (Nem) – Dirigente Nacional do MTL, Militante do PSOL-MG
Deodato Machado – Membro do Diretório Estadual do PSOL-MG, Dirigente do MTL de Minas
Hugo Fonseca – Dirigente da Juventude do PSOL do Sudoeste de Minas
Raphael Ribeiro da Fonseca – Juventude do PSOL do Triângulo Mineiro       

Nenhum comentário:

Cotidiano - Dois aumentos na semana