terça-feira, 25 de maio de 2010

DCE: Reitoria tenta criminalizar Vadião

Queda-de-braço - Estudantes reagem contra tentativa da UFPA de controlar bebida em festas

CAROLINA MENEZES

Da Redação

"Não é de hoje que a Reitoria tenta criminalizar o espaço do ‘Vadião’. Dizem que querem controlar, e não proibir, mas isso é uma grande falácia. A insegurança lá no campus é em qualquer horário, não é só quando tem festa". A afirmação, do coordenador geral do Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal do Pará (DCE/UFPA), Anderson Castro, mostra o quanto está tenso o clima com a direção da instituição. A Reitoria diz que o diálogo está aberto, nega diversas acusações feitas pelo Diretório e reafirma que os investimentos em câmeras e vigilância só aumentam, mas ontem mesmo o reitor Carlos Maneschy iria se reunir com o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Augusto Leitão, a portas fechadas, no Comando Geral da PM, entre 14h30 e 15h30, para discutir sobre segurança dentro da Universidade. Mas, a pedido da governadora Ana Júlia Carepa, o comandante foi chamado para participar do Encontro Estadual de Vereadores, realizado também ontem no Hangar. A nova data da reunião entre UFPA e PM ainda não foi marcada.

"Já tem um tempo que a Reitoria vem com suas artimanhas para tentar acabar com o forró da quinta e da sexta-feira. Eles dizem que tudo gira em torno do consumo de álcool, mas a verdade é que os assaltos são recorrentes porque não existe um investimento efetivo em segurança", denuncia Castro. "Já ouvimos de seguranças da UFPA de que há ordens para que eles não fiquem no ‘Vadião’ quando tem festa para ficar só fazendo a segurança patrimonial mesmo", continua.

Mesmo com as queixas, o coordenador geral do DCE diz que a gestão atual é, de fato, mais aberta ao diálogo, mas se queixa ainda de falta de espaço para a representação estudantil diante dos conselhos universitários. "Ainda existe autoritarismo nesse sentido. Universidade também é um espaço de lazer para o aluno ficar na beira do rio, jogar uma bola num espaço legal, essa é nossa concepção, ela é mais ampla. Tentar acabar com eventos como o forró é ilegitimar essa idéia. Dizem que não querem acabar, que querem controlar, mas as propostas inviabilizam por completo a realização dessas festas", afirma. De acordo com Anderson, uma dessas regras seria autorização apresentada até 15 dias antes de cada festa expedida por governo e prefeitura.



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