sábado, 20 de outubro de 2007

DCE contesta votação na UFPA e discute ocupar reitoria

A aprovação da adesão da UFPA ao Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni) pode gerar ainda mais polêmica. O DCE contesta o processo de votação e promete ocupar novamente o prédio da retoria caso a Universidade não recue e marque uma nova votação.'Não há outra forma de pressionar. A ocupação do prédio da reitoria é uma possibilidade concreta e poderá sim ocorrer caso a universidade não aceite repensar o que foi feito ontem. Durante essa semana vamos manter a mobilização permanente dos estudantes junto aos centros acadêmicos', adianta Fabrício Gomes.

O estudante contesta a votação de sexta-feira (19), quando a adesão da UFPA foi aprovada. Durante a reunião, houve muitos protestos de alguns estudantes, representantes de centros acadêmicos e do Diretório Central de Estudantes (DEC), e de representantes da Associação de Docentes da UFPA (ADUFPA), que reivindicavam o adiamento da decisão.O argumento era que algumas unidades da universidade não promoveram debates e que os métodos de consulta da comunidade acadêmica não teria sido legítimo. 'Eles mandaram levantar a mão quem era a favor. Mas todo mundo já estava como forma de protesto. E não se sabia quem era ou não conselheiro e tinha direito a voto', acusa Fabrício.

Além disso, outras preocupações, como a proporção professor/alunos e o receio de implantar bacharelados interdisciplinares (proposto pelo programa Universidade Nova), foram expostas.Em matéria divulgada no site da instituição, a assessoria de Imprensa afirma que o pró-reitor de Ensino de Graduação, Licurgo Brito, fez uma breve explanação sobre o programa e garantiu que a universidade não tem a menor intenção em adotar medidas do programa Universidade Nova. Brito mostrou, em números, os investimentos propostos pelo Plano.

João Santiago, professor do campus de Cametá defendeu o REUNI como uma oportunidade de expansão e desenvolvimento. “O REUNI não é perfeito. Mas quando houve outra oportunidade de expansão e desenvolvimento? O projeto tem uns nós e o Plano da UFPA tenta desfazer esses nós”.Respondendo ao argumento da proporção professor/aluno, representantes do Instituto de Ciências da Arte (ICA) expuseram a relação atual nos municípios do interior: um professor para 33 alunos, em Abaetetuba; um professor para 28 alunos, em Altamira; um para 73, em Cametá; um para 139, em Soure. Números muito superiores à proposta do Plano de Reestruturação, que prevê 18 alunos para cada professor. O ICA defende o REUNI também pela proposta de criação de novos cursos. Segundo seus representantes, “a Arte, em Belém é a última grade área de conhecimento em expansão. Em três Estados do Norte não há graduação em Artes e nenhum Estado da Pan-Amazônia possui pós-graduação na área”.

Fonte: Portal ORM 20/10/2007 - 13h51m

2 comentários:

Anônimo disse...

Fabrício,

Pare com essa história de invadir reitoria! Temos que ser originais e não reforçarmos ainda mais o estereótipo que pesa sobre nós do norte: o dos "indígenas-que-copiam-tudo-o-que-os-paulistinhas-fazem".
Vamos protestar de outra maneira.

Pronto, falei!

:D

Fabricio Gomes disse...

Primeiro, não concordo com a utilização do termo "invasão", haja vista ele ser carregado de preconceito e criminalização dos Movimentos Sociais. Segundo, de fato, acredito que a cada dia temos que aprimorar os nossos instrumentos de luta, todavia, não significa que tenhamos que abandonar outros. Vide, por exemplo, a Greve, que, embora seja um instrumento de longa data, continua atual e propiciando grandes resultados. Terceiro, não se trata de copiar algo, mas de repetir experiências que deram certo. A propósito, o capital age do mesmo modo, repetindo as suas formas de exploração nas diversas partes do Mundo. Ora, quando no Manifesto Comunista encontramos a frase "Trabalhadores de todo Mundo, Uni-vos!", significa também que devemos nos unir em nossos instrumentos de luta.

Saudações

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