sexta-feira, 1 de abril de 2011

RESPOSTA A NOTA PÚBLICA DO PSTU

Irônico? Talvez, mas o fato é que o PSTU resolveu publicar sua Nota referente aos documentos vazados na internet justamente no dia 01 de abril, dia conhecido internacionalmente como “o dia da mentira”.
Não vou aqui entrar no mérito da discussão, qual seja, se os documentos são ou não originários do PSTU, haja vista a própria Nota Pública divulgada por eles já afirmar que, embora escritos por militantes do PSTU, eram provenientes de uma suposta fração interna que, segundo eles, foi voto vencido dentro das instâncias partidárias e, inclusive, por isso, tal militante os teria divulgado.
Todavia, é de estranhar que logo após a divulgação em nosso blog, o PSTU tenha orientado a militância a negar a procedência dos documentos e, inclusive, tendo-os como uma falsificação, algo escrito por alguém com intuito de unicamente prejudicá-los, e, agora, darem-se conta que foram escritos por militantes com posições minoritárias dentro do Partido, o que implica dizer que tais documentos, inclusive, foram alvos de discussões dentro do PSTU.
Surpreende-me, também, os ataques pessoais deferidos a mim por meio da Nota Pública do PSTU, numa tentativa frustrada de desviar o foco da discussão para o campo da moral. Qual o problema moral em publicar algo que já havia sido exposto nos meios de comunicação virtuais? Qual o problema moral em apontar as contradições entre o discurso do esquerdismo e a sua prática similar a da direita carcomida, sínica e dissimulada?
É muito fácil nos arrogarmos “os senhores da moralidade”, difícil é mostrarmos isso com a nossa prática cotidiana. E ao PSTU, dispenso a última parte do trecho anterior. Imoral, companheiros, é usar um ato legítimo dos estudantes da Universidade do Estado do Pará em defesa do RU (Restaurante Universitária) como conquista partidária e expor isso em um programa eleitoral para conseguir votos; é usar o nome do DCE da Universidade Federal do Pará, sem sequer discutir isso em reunião de diretoria, para conseguir recursos junto a Entidades Sindicais; é reconhecer uma gestão do DCE não eleita pelos estudantes em 2003, imposta mediante fraude e com a anuência da Reitoria, e assinar um documento rifando vagas em dois ônibus para o Fórum Social Mundial, excluindo os demais setores do campo da esquerda de participarem daquele evento.
O PSTU fala em ataque gratuito à esquerda e ao seu possível enfraquecimento; ora, pergunto ao PSTU, eles nos consideram como pertencentes ao mesmo campo da luta de classes? No mesmo dia em que divulgam a Nota Pública em resposta a divulgação de seus documentos internos pela internet, em seguida, também divulgam, promovem, retuitam, blogam, etc, uma Nota Pública de Militantes do PSOL/Maranhão rompendo com o PSOL. Que alegria há em vermos companheiros do mesmo campo da esquerda romperem com suas organizações e, quiçá, até enveredarem por outros caminhos que não seja o da luta e o da revolução?
Talvez, seja a “mesma” que tive em postar os documentos internos do PSTU, vazados na internet, em meu blog.  

13 comentários:

Anônimo disse...

Uma nota feliz e argumentada!! lamento pelos companheiros do PSTU, terem esse tipo de posicionamento.. falam do racha da esquerda e ao mesmo tempo, fazem fofoquinhas com independentes sobre a própria esquerda!!! é lamentável.....

Anônimo disse...

Nossa, cada vez mais vou dezpesando essas pessoas nogenta desse partido...lamento, mas a frase cresce cresce e vai para a UJS seria o mais aconcelhavel para essas praticas....

Anônimo disse...

"logo após a divulgação em nosso blog, o PSTU tenha orientado a militância a negar a procedência dos documentos"
Não entendi uma coisa... Desde quando o PSTU "orientou a militância a negar.."? O fato é que o PSTU negou! E em nota oficial.

O resto é suposição e intriga.
Como também é querer comparar a divulgação de nota de ruptura (pública) com documentos de um setor minoritário do partido (interno).

Os dois só poderiam ser comparados se o documento do Maranhão fosse interno. Ou seja, se os militantes estivessem ainda debatendo a ruptura com o PSOL. Aí sim, seria possível comparar. Mas não é o caso, o divulgado foi uma nota pública.

É preciso respeitar o direito do PSTU ter documentos e debates internos. Isso é um direito, necessário até a existência e segurança destas organizações.
Será que 47 anos depois da ditadura, agora vamos ter de lidar com novos serviços de informações.

Sobre o pinóquio... Tá cada vez mais difícil acreditar que o autor deste blog apenas tenha "divulgado" os documentos...

Anônimo disse...

Que vergonha que voce é para a esquerda Fabrício, com estas táticas difamatórias baixas. Só enfraquece e descredita a luta que travamos.

Fabricio Gomes disse...

O Documento do PSTU era interno, até ser lançado na internet. O que fizemos foi apenas postarmos algo que já estava em circulação no mundo virtual. No mais, se eles que se dizem um Partido centralizado não conseguem resguardar os documentos que julgam ser internos e educar a militância para que, ainda que descontentes, preservem isso, sinceramente, o problema não é meu.

Fabricio Gomes disse...

Definição jurídica do termo "Difamação": consiste em atribuir a alguém fato determinado ofensivo à sua reputação, honra objetiva, e se consuma, quando um terceiro toma conhecimento do fato.Pergunto:

Onde está a difamação em divulgar um documento já público e cujo conteúdo foi assumido pelo PSTU, digo, por sua fração minoritária? Onde está a ofensa à honra? A não ser que vocês tenham vergonha do que escrevem. Algo, ao meu ver, até perfeitamente compreensível.

Reinaldo disse...

De todo modo, mesmo que o tal documento já estivesse circulando na internet, é lastimável que o sr. (recuso-me a chamar de camarada) poste em seu blog, ainda mais considerando as desconfianças quanto à veracidade do documento. Isso sem falar do comentário infame acerca da ANEL. Portanto, parece-me que quem reproduz as práticas (e no caso de sua corrente, também a política - vide financiamento de campanha pela Gerdau e Taurus, ou ainda o revolucionário projeto Emancipa que também tem financiamento privado no RS)da direita não é o PSTU.

Anônimo disse...

Quem serão os responsáveis pelo churrasco e pelo campeonato de futebol? A vanguarda não pode pq são fortes politicamente hahahaha

Teófilo de Flamboyant disse...

Não sei se você se lembra de mim, do ENEL da UFPA. Sou o João Pedro de Sá da Juventude do PSTU e era executivo pela UFRJ na época.

O que você está fazendo? Diferenças existem e sempre vão existir, correntes, partidos, etc. Não sei se você se orienta por essa discussão, se não, seria bom deixar claro, que, sabendo disso, mudo minha postura com relação a você.

Mas o que o PSTU, o PSOL, independentes em geral e setores conscientes ou não fazem no Brasil que os põe num "mesmo campo" é luta de classes. Proletariado contra burguesia. Cabe luta política, cabe ruptura, cabe construir separado e também tentar unidades sempre que se entender que é necessário para essa luta. Você concorda com isso?

Se concorda, tem que ver com mais seriedade essa luta (nossa) e a luta política entre as correntes do movimento operário. A única chance de nossa classe se organizar e avançar sua luta política é se ela se reconhecer como classe e, ainda que mantenha divergências dentro de si, elevar o critério de classe a critério máximo. Se não for assim, não vai a lugar nenhum. Vai ser derrotada sempre.

Se existe um documento interno de uma corrente - não importa se é de minoria, se foi alterado, se é de descontentes, etc - você não repassa, você procura a direção da corrente e avisa. Isso é moral de classe, moral revolucionária.

Ou você não sabe que o PSTU já expulsou um dirigente da sua juventude precisamente por ter soltado em listas do movimento documentos internos do PSOL da UFF? E fez retratação pública.

Quando se faz isso, se fortalece a confiança para fazer luta de classes. E isso não mudou um pingo nas nossas diferenças políticas e no vigor e na dureza com que fazemos a disputa política por qual a melhor direção que o movimento deve optar. Mas isso avançou na coesão subjetiva da classe. É isso que se chama de fraternidade de classe, é ser irmão diante de um golpe e ser igual diante do inimigo. É essa a moral que cobramos, não só porque conscientemente nos esforçamos pra oferecer, mas porque é vital pra nossa classe.

Teófilo de Flamboyant disse...

É pior ou melhor pra luta de classes brasileira a desconfiança entre as correntes ser fomentada? É pior ou melhor pra burguesia que a gente tenha mais descofiança, mais distância, e passe a ter ódio um do outro? Ou isso não tem importância pra você? Quando o momento exigir a unidade, se nós desde hoje preparamos uma relação baseada em publicação discussões internas dos partidos, em fazer graça disso, em "tirar proveito" sem nenhum critério de classe... você acha que vai ter unidade? Não estou falando de PSOL e PSTU, estou falando da nossa classe. Se nós tivermos esse tipo de relação a burguesia e seus aliados do movimento operário vão ter muitos e muitos anos a mais pra fazer o que quiserem com a nossa classe. Entende isso? Concorda com isso?

As lutas políticas vão acontecer, elas são inevitáveis numa classe tão ampla e heterogênea como o proletariado brasileiro. Mas os marcos dessa luta interna - a moral que deve reger essa luta interna - é a moral de uma classe só em luta contra outra que, hoje, é muito mais poderosa e organizada que ela.

Sobre a ruptura da AS e do Coletivo Paulo Romão com o PSOL, você mesmo disse, foi feita uma nota pública desses setores. NOTA PÚBLICA - instrumento clássico da luta política da nossa classe. E, nos marcos da luta política, nós achamos o conteúdo dela progressivo, achamos que avança o movimento e que é legítimo. É nossa posição. É uma posição política, assim como a deles. Não é nada feito pelas costas nem promovendo intrigas. É POSIÇÃO POLÍTICA PÚBLICA.

Aproveite que é pública e publique aqui também no seu blog, afinal, ela "já está no meio virtual". Poste aqui também.

E convido você a postar também aqui as notas públicas do PSTU que vão parar no meio virtual sempre que se sentir a vontade, que tiver acordo político ou mesmo que tiver desacordo e queira fazer um debate, dizer que está tudo errado, apontar os erros, propor contraposições. É esse o método dos revolucionários. E se nem tanto, pelo menos, é esse o método dos irmãos de classe. Não esconder diferenças, lutar a fundo por suas posições e ser duro sempre que for o caso, mas com moral de classe.

Teófilo de Flamboyant disse...

É pior ou melhor pra luta de classes brasileira a desconfiança entre as correntes ser fomentada? É pior ou melhor pra burguesia que a gente tenha mais descofiança, mais distância, e passe a ter ódio um do outro? Ou isso não tem importância pra você? Quando o momento exigir a unidade, se nós desde hoje preparamos uma relação baseada em publicação discussões internas dos partidos, em fazer graça disso, em "tirar proveito" sem nenhum critério de classe... você acha que vai ter unidade? Não estou falando de PSOL e PSTU, estou falando da nossa classe. Se nós tivermos esse tipo de relação a burguesia e seus aliados do movimento operário vão ter muitos e muitos anos a mais pra fazer o que quiserem com a nossa classe. Entende isso? Concorda com isso?

As lutas políticas vão acontecer, elas são inevitáveis numa classe tão ampla e heterogênea como o proletariado brasileiro. Mas os marcos dessa luta interna - a moral que deve reger essa luta interna - é a moral de uma classe só em luta contra outra que, hoje, é muito mais poderosa e organizada que ela.

Sobre a ruptura da AS e do Coletivo Paulo Romão com o PSOL, você mesmo disse, foi feita uma nota pública desses setores. NOTA PÚBLICA - instrumento clássico da luta política da nossa classe. E, nos marcos da luta política, nós achamos o conteúdo dela progressivo, achamos que avança o movimento e que é legítimo. É nossa posição. É uma posição política, assim como a deles. Não é nada feito pelas costas nem promovendo intrigas. É POSIÇÃO POLÍTICA PÚBLICA.

Aproveite que é pública e publique aqui também no seu blog, afinal, ela "já está no meio virtual". Poste aqui também.

E convido você a postar também aqui as notas públicas do PSTU que vão parar no meio virtual sempre que se sentir a vontade, que tiver acordo político ou mesmo que tiver desacordo e queira fazer um debate, dizer que está tudo errado, apontar os erros, propor contraposições. É esse o método dos revolucionários. E se nem tanto, pelo menos, é esse o método dos irmãos de classe. Não esconder diferenças, lutar a fundo por suas posições e ser duro sempre que for o caso, mas com moral de classe.

Anônimo disse...

Sua atitude, Fabricio, está completamente equivocada. Falta respeito por aqui! Concordo com todos os seus apontamentos sobre o PSTU, mas isso não lhe dá o direito de fazer igual ou parecido.

Já passou pela sua cabeça que seu blog pode ser visitado também por setores da direita? Imagina o quanto eles podem estar rindo da esquerda nesse momento? E talvez traçando suas estratégias contra nós?

É preciso ter foco no objetivo maior! Se o PSTU faz merda, temos que dialogar e, se necessário, repudiar (mas não em um blog) e não fortalecer nossas diferenças!

Pinky disse...

Por que o senhor Fabrício não responde aos questionamentos colocados pelo companheiro João? Acho muito pertinente haver um debate fraterno sobre a moral de classe e a moral que os revolucionários devem defender. No máximo a moralidade demonstrada pelo administrador do blog é a do vale tudo (xingar a mãe, enfiar o dedo no olho, divulgar ainda mais e fazer merchandising com documentos alterados e também vazados de correntes revolucionários...). Com atitudes assim nem precisa ter repressão, infiltração da burguesia no movimento e organizações, etc, já que "camaradas" tratam de fazer o papel disso. Sem falar que ficar alardeando uma notícia publicada por um fake (pois é, uma denúncia anônima... é de desconfiar algo? hummm...). Dar crédito a um perfil falso é muito contraditório. É a mesma coisa que acreditar que é amigo do Ronaldo no twitter/orkut/facebook, mesmo sabendo que aquele perfil é de um fake... Tenha santa paciência, né? Uma atitude com a do Sr. Fabricio é de se repudiar e denunciar em todos os espaços.
Não precisamos de "dedos duros" no meio da classe. Entenda-se que "dedos duros" está entre aspas, pois não significa necessariamente que seja um caso de dedoduragem séria, mas que guardadas as devidas proporções podem ser muito bem comparadas com algo que a classe repugna.
Abraços
Cadu
Ps: Gostaria mesmo de ver suas respostas, mesmo que não me convença no fim das contas.

Cotidiano - Dois aumentos na semana